Outras percepções de vida

Ontem tive uma aula com um amigo da faculdade sobre os indígenas. O que foi muito interessante, com direito a música e dança, as quais explicavam os rituais por conta de passagens da vida, como: nascimento, vinda da chuva, do sol, a morte.
É engraçado, pois desde o primário aprendemos sobre os índios, seus costumes, suas tradições.... porém, com o passar dos anos, vamos nos preocupando em cumprir cada vez mais nossas obrigações ( de nossa sociedade consumista, hierarquizada e cristã) que acabamos nos esquecendo desse aprendizado tão importante e enriquecedor.
Fiquei impressionada com tantas histórias e costumes diferentes dos nossos, como o de se enterrar uma criança viva quando ela nasce com algum problema físico. Tal caso, para nós, gera até um desconforto, tamanha crueldade. Porém, para eles, não passa de um pensamento de que se a criança veio com algum problema, é porque não era a hora de ter vindo.
Outra coisa surpreendente foi a descoberta de que em uma tribo indígena não há hierarquias, pois eles acreditam que cada um é dono de si próprio e portanto, não há ninguém melhor ou pior, apenas há pessoas com habilidades diferentes, como por exemplo: há aquele que é bom na pescaria; há aquele que é bom para fazer artesanato; há aquele que é bom para caçar e por ai vai....
Portanto, aprendi que o cacique não é o “ chefe” dos índios, como sempre é apresentado em filmes e desenhos animados. Mas sim alguém com alta capacidade de passar conhecimento da natureza.
Também foi falada a questão das diferenças entre as tribos. Diferenças de ritmos, sons e até mesmo de convivências, o que as caracterizam.
Após um tempo de conversa, parei e pensei: quantas tribos, quantos grupos existem que nem imaginamos a sua existência?
E assim senti "o peso" de vivermos numa vida tão corrida e de estarmos tão infiltrados num sistema, que não paramos para olhar a nossa volta e vermos que existem outras formas de se viver.